Rio Grande do Sul registra seis feminicídios em apenas 24 horas Crimes ocorreram em diferentes cidades e têm como principais suspeitos ex-companheiros das vítimas; polícia investiga os casos como feminicídios.

O estado do Rio Grande do Sul viveu um dia de extrema violência contra a mulher. Em um intervalo de apenas 24 horas, seis mulheres foram assassinadas em diferentes cidades do estado. A Polícia Civil investiga todos os casos como possíveis feminicídios — crimes motivados pela condição de gênero das vítimas, e, em sua maioria, cometidos por ex-companheiros.
Crimes chocam o estado
Na cidade de Feliz, a jovem Raissa Muller, de 21 anos, e seu atual namorado foram mortos a facadas dentro de casa. O crime foi cometido pelo ex-companheiro da vítima, que teria invadido a residência após visualizar fotos do casal nas redes sociais. O suspeito foi preso em flagrante no local.
Em São Gabriel, outro caso de extrema brutalidade chocou a população. Juliana Proença, de 47 anos, foi esfaqueada e degolada na presença da filha de apenas seis anos. O autor do crime, também ex-companheiro da vítima, foi detido com a arma utilizada no homicídio.
Na cidade de Viamão, a técnica de enfermagem Patrícia Viviane de Azevedo, de 50 anos, foi morta a tiros. O principal suspeito é o ex-companheiro, com quem a vítima mantinha um relacionamento conturbado e intermitente. O homem segue foragido.
Além desses, outros três casos foram registrados nas cidades de Parobé, Santa Cruz do Sul e Bento Gonçalves, ampliando o cenário de violência e colocando o estado em alerta máximo quanto aos crimes de feminicídio.
Um problema estrutural
A sequência de assassinatos reacende o debate sobre a necessidade de políticas públicas mais eficazes de prevenção à violência doméstica e de proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade. Organizações de defesa dos direitos das mulheres cobram do poder público mais ações integradas entre segurança, justiça e assistência social.
Especialistas reforçam que o feminicídio é a etapa mais extrema de um ciclo de violência que, na maioria das vezes, começa com agressões psicológicas, passa por abusos físicos e culmina na morte. Dados apontam que muitas vítimas já haviam registrado boletins de ocorrência ou feito denúncias contra os agressores.