Por que o Papa nunca é jovem? Igreja explica tradição por trás das escolhas
Durante os períodos de transição ou especulação sobre a sucessão papal, uma dúvida comum surge: por que o Papa nunca é jovem? Embora nada impeça formalmente a escolha de um pontífice mais novo, a tradição favorece líderes de idade avançada — e há boas razões para isso.
Quem pode ser eleito Papa?
De acordo com o Direito Canônico, qualquer homem batizado pode, em teoria, se tornar Papa. No entanto, na prática, a escolha quase sempre recai sobre os cardeais — líderes com vasta experiência na Igreja. Atualmente, só podem votar no Conclave os cardeais com menos de 80 anos, mas a maioria dos eleitores está na faixa dos 70 anos.
Por que a preferência por homens mais velhos?
A eleição de um Papa vai muito além da fé. Envolve aspectos como liderança global, capacidade diplomática, solidez teológica e conhecimento profundo dos desafios da Igreja.
Homens mais velhos costumam reunir esses atributos, já que passaram por décadas de atuação eclesiástica e conquistaram respeito dentro e fora da instituição. Além disso, representam estabilidade e maturidade, características vistas como fundamentais para liderar mais de 1 bilhão de católicos ao redor do mundo.
Já existiram Papas jovens?
Sim, principalmente na Idade Média. O caso mais emblemático é o de João XII, eleito com apenas 18 anos em 955. No entanto, seu papado foi marcado por polêmicas, o que levou a Igreja a adotar mais cautela em escolhas futuras.
Nos tempos modernos, o padrão mudou. João Paulo II foi eleito com 58 anos, considerado jovem para os padrões atuais. Já Bento XVI e Francisco assumiram com 78 e 76 anos, respectivamente.
Seria possível um Papa jovem hoje em dia?
Tecnicamente, sim. Mas, na prática, é muito improvável. A expectativa é que o pontífice reúna décadas de serviço, reconhecida trajetória pastoral e influência dentro da hierarquia eclesiástica — o que naturalmente exclui os mais jovens.
A idade interfere no desempenho do Papa?
Esse debate ganhou força após a renúncia de Bento XVI, em 2013, citando saúde frágil e limitações da idade. Desde então, tornou-se mais comum discutir os impactos físicos e mentais da idade avançada na condução da Igreja.
Mesmo assim, a preferência por líderes mais experientes continua forte. A idade, nesse contexto, é vista não como um obstáculo, mas como símbolo de sabedoria, prudência e discernimento — qualidades essenciais para conduzir a fé católica em tempos desafiadores.