Fratura peniana: entenda como pode acontecer, quais as causas e a posição sexual mais perigosa Apesar de não possuir osso, o pênis pode sofrer fraturas durante o sexo; posição "cowgirl invertida" lidera os casos de lesão, segundo especialistas.

Embora o pênis não possua osso, ele pode sofrer o que é chamado de fratura peniana — uma lesão traumática, geralmente ocorrida durante relações sexuais intensas e mal coordenadas. De acordo com Karan Raj, cirurgião do sistema público de saúde britânico (NHS), a posição “cowgirl invertida” é considerada a mais perigosa para a integridade do órgão masculino.
O que é a cowgirl invertida e por que é arriscada?
Nesta posição, o homem permanece deitado com a mulher por cima, porém de costas para ele. Esse fator impede que a parceira tenha visão direta do pênis durante a penetração, o que aumenta consideravelmente o risco de lesão, principalmente em movimentos mais bruscos, forçados ou fora de sincronia.
Caso o pênis escape da região vaginal ou anal durante a penetração e colida com outra parte do corpo, pode ocorrer um trauma direto, levando à fratura.
Como acontece uma fratura peniana?
A fratura do pênis ocorre quando há rompimento dos corpos cavernosos, estruturas cilíndricas que acumulam sangue durante a ereção. Esse rompimento geralmente atinge a túnica albugínea, uma membrana que envolve esses corpos e que, quando lesionada, causa sangramento interno, inchaço e curvatura anormal do órgão. O quadro é popularmente conhecido como “pênis berinjela”, devido à coloração arroxeada e ao inchaço que se assemelha ao vegetal.
Entre os sintomas mais comuns estão:
-
Dor intensa e súbita;
-
Perda imediata da ereção;
-
Inchaço e hematoma local;
-
Estalo audível no momento da lesão;
-
Em alguns casos, sangue na urina.
O que dizem os estudos?
Um estudo brasileiro publicado em 2014 apontou que 50% dos casos de fratura peniana ocorrem em posições nas quais a mulher está por cima — sendo a cowgirl invertida a mais perigosa. Em segundo lugar aparece a posição “de quatro”, com 29% dos casos. Já a posição “papai e mamãe”, onde o homem fica por cima, foi considerada a mais segura, representando apenas 21% das ocorrências analisadas.
Além disso, um levantamento do National Center for Biotechnology Information (NCBI), dos Estados Unidos, revelou que 57,2% dos casos ocorrem durante o sexo com pênis ereto. No entanto, lesões também podem ocorrer durante o sono, por conta de ereções involuntárias e movimentos bruscos.
Diagnóstico, tratamento e riscos da falta de cuidado
Assim que surgir um sinal de possível fratura, procure imediatamente um médico especializado. Os exames clínicos e de imagem confirmam o diagnóstico. Em muitos casos, é necessária cirurgia para corrigir a lesão, remover coágulos e suturar a membrana rompida.
A falta de tratamento pode levar a:
-
Disfunção erétil permanente;
-
Formação de tecido cicatricial;
-
Curvatura anormal do pênis;
-
Dificuldades permanentes na relação sexual.
Sexo com responsabilidade também é saúde
A fratura peniana é uma condição rara, mas grave. Ela exige atenção, comunicação e cuidado durante o ato sexual. Conhecer o próprio corpo, os limites físicos e manter o diálogo com o(a) parceiro(a) são formas de prevenir acidentes como esse.
É essencial desmistificar o tema e tratar a saúde sexual com seriedade. E, diante de qualquer anormalidade, buscar atendimento médico é a melhor forma de evitar complicações futuras.