Caso Luandenysson: Médico que liberou jovem após acidente é condenado por homicídio culposo A pena de prisão foi substituída por duas medidas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade e o pagamento de 20 salários mínimos à família da vítima.

Caso Luandenysson: Médico que liberou jovem após acidente é condenado por homicídio culposo A pena de prisão foi substituída por duas medidas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade e o pagamento de 20 salários mínimos à família da vítima.

O médico Karlos Henrique Ferreira Leão Lisboa foi condenado a dois anos e quatro meses de detenção pela morte de Luandenysson Santos Leite, de 24 anos, ocorrida em julho de 2021, após um atendimento no Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares. A sentença foi proferida pelo juiz Lisandro Suassuna de Oliveira, da 3ª Vara Criminal da cidade.

A pena de prisão foi substituída por duas medidas restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade e o pagamento de 20 salários mínimos à família da vítima.

De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Luandenysson havia dado entrada no hospital após sofrer um acidente de moto enquanto trabalhava como entregador. Mesmo apresentando sinais de confusão mental, sangramento próximo aos olhos e fortes dores, ele foi liberado poucas horas depois, sem a realização de exames adequados. O único medicamento prescrito foi Nimesulida, um anti-inflamatório.

Após a alta, o quadro de saúde do jovem se agravou rapidamente. Segundo testemunhas, ele vomitou sangue, continuou a sentir fortes dores e mal conseguia falar — apenas gemia. Pouco tempo depois, morreu.

Durante o julgamento, o juiz destacou que o médico adotou “uma pluralidade de posturas negligentes” e afirmou que o cumprimento de qualquer um dos deveres que foram ignorados poderia ter evitado o desfecho fatal. A sentença ainda ressaltou que o sofrimento de Luandenysson foi desnecessariamente prolongado, e que sua morte deixou uma companheira menor de idade e um filho pequeno desamparados.

Inicialmente, a pena foi fixada em um ano e nove meses, mas o juiz aplicou um aumento de um terço, conforme prevê o artigo 121, §4º do Código Penal, em casos de homicídio culposo com agravantes. O médico poderá recorrer da decisão em liberdade.

Além da condenação criminal, a Justiça determinou que o nome de Karlos Lisboa seja incluído no rol dos culpados e comunicou ao Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas a suspensão de seus direitos políticos, conforme previsto na Constituição Federal.

O caso teve grande repercussão e enfrentou reviravoltas ao longo da investigação. Inicialmente, o Ministério Público recomendou o arquivamento do inquérito, mas o juiz discordou e ordenou a reabertura do processo. Novas diligências e depoimentos contraditórios aos relatos dos profissionais de saúde levaram à formalização da denúncia e, por fim, à condenação.

A Justiça também determinou que o valor da multa reparatória seja destinado à ex-companheira e ao filho da vítima, como forma de compensação pelos danos sofridos.

Redação

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