Aos 84 anos, morre a cantora Nana Caymmi, ícone da MPB Segundo a assessoria de imprensa, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

Aos 84 anos, morre a cantora Nana Caymmi, ícone da MPB Segundo a assessoria de imprensa, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

Nana Caymmi morre aos 84 anos no Rio de Janeiro

Reconhecida como uma das maiores intérpretes da música brasileira, a cantora faleceu nesta quinta-feira (1º), vítima de falência múltipla dos órgãos, segundo informou sua assessoria de imprensa.

A cantora Nana Caymmi, ícone da música popular brasileira, morreu nesta quinta-feira (1º), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Ela estava internada há nove meses na Casa de Saúde São José, em Botafogo, onde lutava contra uma série de complicações de saúde, agravadas por uma arritmia cardíaca e outras comorbidades. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.

Estamos muito chocados e tristes. Ela passou nove meses de sofrimento na UTI, um processo muito doloroso. O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o país já viu”, declarou, emocionado, o irmão Danilo Caymmi, em vídeo publicado nas redes sociais.

Legado da MPB

Nascida em 1941, no Rio de Janeiro, Nana era filha do lendário compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, e cresceu em meio a uma das famílias mais influentes da história da música brasileira.

Embora tenha vivido desde cedo cercada por referências artísticas, Nana lançou seu primeiro álbum solo apenas em 1980, aos 39 anos. A partir de então, construiu uma carreira sólida, marcada por interpretações densas, sofisticadas e carregadas de emoção.

Entre os destaques de sua trajetória estão músicas como “O Que Vier Eu Traço”, de Gilberto Gil, sucesso de seu disco de estreia, e “Saudade de Amar”, que evidencia sua força vocal ao abordar temas como a solidão e o desejo.

Nana também brilhou ao interpretar clássicos da MPB, como “Retrato em Branco e Preto”, de Tom Jobim e Chico Buarque, e “Coração Civil”, de Milton Nascimento — canções em que sua voz grave e potente expressava tanto resistência quanto ternura.

Versatilidade e sofisticação

A cantora lançou diversos álbuns em homenagem a grandes nomes da música erudita e popular brasileira, incluindo Villa-Lobos, Tom Jobim e seu pai, Dorival Caymmi, como no disco “Caymmi” (1993).

Ao lado de músicos como Wagner Tiso, gravou faixas memoráveis como “Morrer de Amor”, demonstrando sua habilidade de transitar entre o popular e o erudito com naturalidade e profundidade emocional. Em músicas como “Canta, Canta Mais”, reafirmou seu compromisso com a tradição da canção brasileira.

Discrição e imortalidade artística

Fora dos palcos, Nana Caymmi era discreta e reservada, evitando os holofotes. Ainda assim, seu legado é indiscutível: uma artista que elevou a interpretação musical brasileira a um patamar de excelência, deixando um repertório marcado por emoção, elegância e verdade.

Redação

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